Normalmente a ideia de criar um instrumento musical surge a partir da emissão de um som seja qual for o seu timbre, e a partir daí aquele objeto vai sendo aperfeiçoado até chegar a um resultado desejado para ser expandido vários modelos até cair no gosto do povo e ganhar o mundo como aconteceu com o acordeon.
Com os instrumentos de fole não é diferente, e a pesar da sua história ser bem divulgada ainda é bastante comum ouvir alguém perguntar-se qual a diferença entre Sanfona e o Acordeon e outros instrumentos de fole em geral, de acordo com as informações do Professor Antenogenes da Silva, retirada do Livro Método para Acordeon do Professor ALENCAR TERRA 1º Volume a variedades e as características dos instrumentos de fole vai um pouco mais além.
A sanfona por exemplo é um instrumento composto por duas caixas de madeira e um fole que se expande e comprime o ar para emitir o som.
A harmônica tem de diversos tipos tanto no tamanho como na fabricação, e variam de dose até duzentos e quarenta, sendo que a partir dos trinta e seis botões para cima são do sistema universal (Acordeon) onde o país mais difundido é a Itália e sua variedade se dá de acordo com a riqueza de sonoridade como Harmônica cromática, Harmônica-Piano, Harmônica semitonada, Harmônica de escalas naturais e Fisarmônica.
A concertina é um instrumento de formato hexagonal com três divisões no fole e com uma quantidade de botões de cada lado sendo que as duas partes servem para solar.
O Bandoneon é um instrumento que segundo pesquisa é de origem europeia.
Cada um dos botões emite dois sons um ao abrir o fole e outro ao fechar o mesmo.
Segundo informações o Bandoneon popularizou-se na Argentina no fim do século passado, porém a partir de mil e novecentos tornou-se um instrumento indispensável para as orquestras típicas daquela república.
O Acordeon atual o mais moderno e sofisticado é uma combinação de Sanfona, Harmônica, Concertina e Piano.
O interior de um acordeon acústico é formado por palhetas, o som é emitido pela pressão do ar que é produzido ao abrir e fechar o fole.
Os registros do acordeon que as vezes são diversos, servem para trocar de timbre e imitar outros instrumentos.
Normalmente seu teclado abrange de duas a três oitavas e meia dependendo do seu tamanho, o dedilhado a execução das escalas, harpejos e formação dos acordes é igual ao piano na mão direita, uma vez que a mão esquerda está totalmente comprometida para puxar o fole e fazer seu balanço necessário e tocar os baixos de acompanhamento.
O acordeon ocupa a clave de sol na mão direita e a clave de fá na mão esquerda, seu peso varia em torno de dois a dezesseis quilos, e seu tamanho se baseia de acordo com a quantidade de baixos.
Há vários tipos e modelos de acordeons, os mais usados normalmente têm 12, 24, 36, 48, 60, 80, 96, 120, e 140 baixos, sendo que quem toca um acordeon de dose baixo tem a possibilidade de tocar em qualquer um outro acordeon maior sem muita dificuldade, o que acrescenta são as oitavas do teclado, e a partir daí vão surgindo outras carreiras de botões na baixaria dando a possibilidade de acrescentar outros os acordes.
Há mais ou menos por volta de dois mil e seiscentos anos antes de cristo foi inventado um instrumento de sopro chinês chamado Cheng, que era um órgão portátil tocado pela boca muito parecido com uma fênix que era uma ave a qual os chineses consideravam os imperadores.
Em 1723 o cheng foi levado para Rússia e em 1780 ele foi levado pra Europa.
Em 1810 chegou a França já com sistema de palheta livre que havia sido aperfeiçoado por Greniê e tempos depois chegou a Itália e por ser muito rico em sonoridade continuou ganhando alterações e aperfeiçoamento até aos resultados atuais de fabricação onde são nomeados os maiores fabricantes de acordeons do planeta.
Em 1822 ele ganhou um novo formato sendo transformado em um instrumento de criança porem foi acrescentado fole e palhetas de metal ganhando assim uma versão nova.
Mais só em 1829 em Viena (Áustria) por Cirilus Demian, foi desenvolvido o primeiro acordeon já acrescentado de quatro botões chamados baixos responsáveis pelos acordes e por isso deu o nome de acordeão, e o nome que ficou ligado definitivamente ao instrumento por causa de várias alterações e através de inúmeros aperfeiçoamentos.
De acordo com alguns relatos os primeiros registros da presença do instrumento no Brasil, aparecem mais de 30 anos depois de sua fabricação, e são do tempo da guerra do Paraguai, que ocorreu por volta de 1864. Acabou ficando mais popular no Brasil próximo do final do século XIX, trazida pelos imigrantes europeus.
No século XIX o acordeon ganhou o mundo depois de passar pelas regiões de Stradella e Ancona na Itália, onde surgiram importantes fábricas como Paolo Soprani e Scandalli.
Em 1925 surgiu a primeira fábrica de acordeon no Brasil localizada em Bento Gonçalves NO Rio grande do Sul com a marca de TODESCHINI.
Segundo relatos o acordeon foi patenteado no dia 06 de maio de 1829 por isso ficou marcado o dia mundial do acordeon.
Então o nome sanfona fisarmonica acordeon acordion acordeom ou acordeão abrange toda categoria independentemente do tamanho, o que diferencia é os modelos as marcas e a quantidade de recursos.
Existem algumas nomenclaturas diferentes que se dão de acordo com algumas regiões, isso se deve a linguagem popular daquela região e seu segmento cultural.
No Nordeste o acordeon é muito conhecido como sanfona, e o estilo que predomina é o baião.
No Sul o acordeon normalmente é chamado de gaita, gaita pontos, gaita de botão, e a vanera e o xote gaúcho encarrega de divulgar sua marca e tradição.
Já no Sudeste ali pelo sertão mineiro, todos os estilos são apreciados, mais o tem como raiz é o xote contemporâneo.
Ainda no Brasil no Centro-oeste pela região de mato grosso a guarânia, o rasqueado e o chamamé sem dúvidas são os mais preferidos.
O solo de acordeon é a principal característica do instrumento, visto que está presente em todas as músicas na qual o instrumento faz parte, se destaca como carro chefe, e aqui vai algumas dicas para aprender solos de acordeon.
O solo de acordeon é responsável pela identificação da música, mesmo antes da voz começar.
E quando a música é solada no acordeon, parece que cada nota e cada acorde conta uma história.
Para ser um bom solista de acordeom, é preciso de muita prática e dedicação para tal habilidade e o resultado desejado.
Uma das melhores dicas de como aprender solos de acordeon, é escolher músicas que tem o solo bonito e pequeno com poucos compassos e o menor números de acordes possível.
Na maioria das vezes o solo da música é bem parecido com o refrão e sendo assim fica mais fácil de decorar.
O solo de acordeon em uma canção, é como um tempero numa receita, tem que ser adicionado na dose certa para que seja bem apreciado.
Os melhores solos de acordeon se tornam referência para os melhores acordeonistas, e vira uma marca para seus compositores.
As vezes uma música se destaca mais pelo seu solo, do que pela sua letra ou melodia.
E na maioria das vezes o compositor da música ganha destaque, e quem produziu o solo de acordeom não é lembrado e nem reconhecido.
A música que tem um solo de acordeom bem produzido, ganha relevância na dança nos estudos, e contribui muito com a cultura e com aprendizado.
Estudar solos de acordeom teoricamente, não faz muito sentido, uma vez que os melhores são criados de improviso.
Tecnicamente os solos de acordeom criado por um maestro, e escrito numa partitura, fica mais clássico, o que não garante o seu sucesso.
Os solos de acordeom mais difíceis podem dar destaque ao acordeonista quando feito com perfeição, porém não garante que a música é boa.
Existem acordeonistas que tocam bem, e outros que tocam muito e o acordeonista que toca muito bem.
Se engana quem quer, mais é possível um acordeonista se destacar fazendo alguns solos de acordeom bem tocados.
Como é possível também alguém ganhar nome de acordeonista ou sanfoneiro, tentando tocar de tudo um pouco.
Valorize mais o acordeonista ou sanfoneiro, por pior que ele seja o que ele faz ou tenta fazer é de verdade, e o que ele transmite através do acordeom é de coração.
É pena que o acordeonista se esforça tanto e ganha tão pouco, e quando as mãos já não têm mais a mesmas habilidades ele é substituído por outro sem garantia ou suporte algum, e muitas vezes não tem um legado para deixar.
Existe uma maneira de tocar acordeom, que é uma espécie de DNA de acordeonista e que cada um tem uma diferente, e dificilmente alguém consegue copiar, se tratando de acordeonista moderno, e existe a pegada de mestre que é um tipo de execução misturada com habilidade e performance que todo acordeonista gostaria de ter.
Agora quando se trata de teoria musical, fica tudo mais perfeito porque é respeitado todo regulamento que está dentro da partitura e nada pode sair errado.
Entre o clássico e o moderno existem pós e contra, enquanto no clássico o músico só tem que executar o que está escrito, porem ele não pode erar nem improvisar e está preso a vários regulamentos que prescreve a pauta musical.
Por outro lado, quem toca de ouvido, pode fazer tão bem feito quanto o clássico, com bem mais liberdade para acrescentar várias benfeitorias nos solos como trinado grupeto apogiatura balanço de fole (gaitaço) e outras variações que possa fazer necessário para enriquecer a apresentação musical.
Os solos de acordeon inéditos podem ser criados a partir de pequenas frases nuances ou acordes e em variados ritmos.
Os solos de acordeon cover podem ser criados somando vários solos de músicas existentes e chamando assim de Pot-pourri que é uma forma de executar várias músicas em uma única faixa, que podem ser tocadas uma após a outra, normalmente no mesmo estilo. É como pegar vários ingredientes e colocar numa panela onde o sabor traz várias lembranças.
O solo de acordeon na música é como um ingrediente principal numa receita, tem que estar presente no início meio e fim.
É como uma identidade da música como se fosse nome e sobrenome, assim que percebido já dá para saber de que obra se trata.
O solo de acordeon é como um start principalmente nas músicas dançantes, assim que ele começa já se sabe logo se a música é boa para dançar.
No romantismo é a mesma coisa, o solo tem que estar relacionado com a história da canção s fazer sentido com o que a letra diz.
Outra dica para quem quer aprender solos de acordeon, é a postura para tocar, que é tão importante quanto aos estudos.
Tocar acordeom de pé é uma questão de costume uma dica para quem gosta de tocar de pé é deslocar um pouco o instrumento do corpo, o teclado deve estar bem alinhado com o queixo dando assim mais acesso no caso de uma visibilidade rápida.
Outra dica é usar uma presilha nas costas unindo as duas alças e dando mais conforto para o acordeonista.
Uma atenção especial também que deve ser dada é na regulagem da alça da mão esquerda, uma vez que o instrumento não tem o apoio das pernas o domínio do fole se carrega mais sobre a mão esquerda.
Então a alça da mão esquerda deve ser regulada de forma que a mão tenha acesso a toda baixaria, mas que não fique tão apertada a ponto causar algum incômodo como má circulação dormência ou outro tipo de desconforto.
Depois disso o próximo passo é fazer vários testes praticando exercícios no teclado nos baixos abrindo e fechando o fole balanço de fole, essa mudança de postura de quem toca sentado para tocar de pé, com o deslocamento do instrumento normalmente alguns pontos como as notas e os acordes no teclado e nos baixos foge um pouco da nossa percepção, e esses obstáculos só podem ser ultrapassados com novas práticas e muitos treinos.
Normalmente quem toca sentado regula as correias, deixando a correia do ombro direito mais folgada numa faixa de seis a oito centímetros, isso acontece porque estando o instrumento apoiado na perna esquerda e o teclado bem alinhado a mão direita fica mais natural com total liberdade para ter mais habilidade evitando assim algum tipo de torsão que pode causar outras doenças como a tendinite, tenossinovite ou síndrome de De Quervain.
Para quem toca de pé as correias devem ser reguladas no mesmo tamanho por causa do peso que sobre carrega os ombros e se distribui ao longo da coluna e das pernas, uma postura correta nos estudos de acordeom, e bons exercícios de mentalização, conduz a imaginação do músico a cada nota sem precisar olhar para o instrumento, o que pode causar um esforço desnecessário para o pescoço e um impacto negativo para a imagem e para a apresentação.
Uma postura correta cabeça erguida e coluna ereta valoriza muito a imagem do músico e dá mais vida para a apresentação quando o músico domina o instrumento numa postura correta a performance é outra e expressa melhor o que o músico quer transmitir não só com o instrumento mais também com a linguagem corporal.
Dito isto, o caminho a seguir é escolher um bom instrumento, um bom professor e dedicar o máximo para alcançar os melhores resultado, e bons estudos.